Este foi um dia muito sui géneris. Para começar o pequeno almoço do nosso hotel de 4* a preço de saldo era a coisa mais pobre que já tínhamos visto. Até um café expresso tiveram a lata de nos cobrar. Enfim...
Depois quando descemos com a tralha toda a luz foi-se (ou eles não pagaram a conta) e o elevador entrou em modo de segurança e foi parar à cave que é um local que ainda se encontra em construção. Apesar de ser um hotel com apenas 2 anos deve ter-se acabado o dinheiro da construção e ficou a meio. Agora já está a acusar a falta de manutenção o que é uma pena pois o local é bastante bonito.
Adiante: o destino hoje era a Costa Amalfitana sendo que teríamos de passar perto de Nápoles… Não sei se sabem, mas Nápoles não é propriamente uma das cidades cartão de visita de Itália e definitivamente, pelo que conheço dela, não queria colocar a Mariza lá. Assim, GPS a evitar Nápoles e portagens e lá vamos nós. A cerca de 60 km’s de Nápoles notámos a proximidade da seguinte forma: os carros todos têm a chapa batida; nos locais onde apenas há uma faixa de rodagem para cada lado, de repente aparecem duas e finalmente há lixo por todo lado. Este último facto é impressionante. Senti que estava no centro do livro do Saramago: Ensaio sobre a cegueira em que a dada altura do livro o lixo se acumula por todo o lado. Todos os recantos estão cheios de lixo, todas as bermas têm garrafas, sacos e afins. Chega-se ao cúmulo de numa via rápida o recanto de paragem estar tão cheio de lixo que alguém foi colocar um sinal de obrigatório prosseguir. Talvez fosse mais fácil tirar o lixo, mas isso sou eu a dizer…Até as áreas de serviço estão desactivadas e o cheio em algumas zonas é nauseabundo.
Como isto de evitar as portagens tem um custo fomos parar aos subúrbios de Nápoles mesmo nas traseiras do Vesúvio. Senti que estava a atravessar algum país de África e não um país dito civilizado. Por momentos pensei que estaria a atravessar a célebre região de ninguém entre o Sahara Ocidental e a Mauritânia. Felizmente fizemos o percurso de dia e a muito custo chegámos ao hotel não sem antes apanhar um grande susto quando um automobilista decidiu abrir a porta mesmo quando eu ia a passar.
Após uma rápida troca de roupa no hotel fomos para uma das praias da redondeza: Positano. É um local de grande beleza com uma rua cheia de curvas que desce e outra que sobe. Estacionámos junto a outras motitas e lá fomos para a praia (isto implicava descer cerca de 500mts a pé pelo meio de ruelas muito estreitas) que era de calhaus. Como é óbvio não tínhamos levado chinelos de praia e o facto de ir à água não era uma tarefa fácil. Compensava o facto da água estar um caldinho. A dada altura começam a cair uns pingos de chuva. Não ligámos e passado um bocado viemos embora. Toca a subir aquilo tudo de novo e quando chegamos lá a cima começa a chover a sério. Pingas grossas. Adicionalmente aproximo-me da Mariza e vejo um papel preso no banco: uma multa. Estacionámos no local dos ciclomotores e não tínhamos um imposto não sei do quê. 28 €. Claro que fomos logo pagar…
À noite fomos para Sorrento onde jantámos numa pizzaria perfeitamente normal e aproveitámos para ver a Itália a empatar com o Paraguai.
E passou-se mais um dia com 343 km’s feitos.
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