quarta-feira, 30 de maio de 2007

Dia 3: Ciudad Rodrigo - Bilbao

Como se pode comprovar, as verdadeiras beldades até de manhã são deslumbrantes:
Ó pra mim a corar. Tomado o desayuno, lá nos fizemos à estrada a caminho de Bilbao, naquele que ameaçava ser um dia mais frescote que a véspera, onde o calor, apesar de comedido, tinha sido a nota dominante. Ui bota fresco nisso: Ah vamos em Maio que está bom tempo…Como planeado, seguimos em direcção a Burgos, com a respectiva escala prevista para fotos e “tomar una comida”. Perto desta localidade a chuva fez questão de aparecer, o que adicionado ao trânsito caótico, obras na cidade e mais chuva ainda, nos fez desistir de parar para visitas e seguir viagem já bem molhadinhos. Com tanta água, foi com naturalidade que a Catarina (GPS) nos mandou às couves e fomos parar a uma autopista. Claro está, paga. Ainda bem, pois eu já estava a ficar cansada de trânsito. Ainda por cima a auto-estrada além de ser cara nas horas não dava para pagar com os nossos cartões. Raios! Como a chuva era muita, lá seguimos por esta via até chegarmos a uma estação de serviço para nos tentarmos secar. A água já era muita, mas lá se conseguiu dar bom uso aos secadores das casas de banho, e obviamente, ficar um pouco mais confortáveis. Após esse demorado processo, tomámos a nossa refeição e assistimos com desdenho, ao desplante de uma apresentadora de um qualquer canal de TV espanhol, a noticiar, ao vivo e a cores de uma praia no sul de Espanha, o abrasador SOL que por lá se fazia notar. Não será necessário transcrever os insultos…A experiente Ducati Girl, munida do seu impermeável, logo se aprestou a colocá-lo enquanto que outros mais incautos, e menos aptos no que ao material diz respeito, lá prosseguiram a viagem, perante uns aguaceiros, que ameaçavam algo mais. Bom, nos cerca de 150km que se seguiram, foi possível participar numa reedição do célebre dilúvio de Noé, em que muitas das vezes a visibilidade se tornou tão reduzida, que os hectolitros de água alojados nas diversas peças de vestuário deste vosso narrador se tornaram secundários. Como não poderia deixar de ser, tanta água fez confusão a uma das montadas, e o indicador de óleo da Mariza deu sinal de vida. Após umas pancadinhas de amor da sua linda proprietária, tudo normal. Diagnóstico à posteriori: água no sensor. Ok, dispenso as bocas. A Mariza gosta é do Algarve e não de andar naquelas condições. A chegada a Bilbao, depois desta bíblica jornada acabou por ser bastante apaziguadora dos espíritos, com um banho quente a proporcionar algum reconforto, pelo menos no que aos mártires diz respeito. A Pension Mardones (http://www.telefonica.net/web2/pension-mardones/html/index.htm) (as fotos do site estão bem tiradas) em Bilbao revelou-se positivo, mormente pela sua localização central e pela higiene do espaço em si, sendo que a ubiquidade do espaço, tornou a relação preço/qualidade bastante inferior aos demais exemplos nesta viagem. Aquilo ficava no Bairro Alto lá do sítio. Por outro lado, a ausência de parqueamento, obrigou a colocar as não menos fustigadas mas sempre aptas Ducatis, num parque de estacionamento que fica exactamente por baixo do Rio. 15€ por dia e por mota era a factura a pagar pelo conforto das italianas. São inteligentes eles: 15€/dia e 15€ de multa se perderem o cartão. Ora, nós como deixámos lá as motas sossegadinhas durante duas noites obviamente que perdemos os cartões. O dia acabou com uma busca interminável por um restaurante.Acontece que nos encontrávamos em vésperas de feriado, 1 de Maio, e como tal, todos os restaurantes se encontravam lotados de pessoas, não a jantar, mas a beber vinho ou outro qualquer licor, no exterior dos mesmos, acompanhados certamente de tapas. Por outro lado, os preços revelavam-se pouco convidativos, e na busca do restaurante que nunca apareceu, acabámos por já bem noite dentro por comer num “nouvelle cuisine” perto do Hostal.Apesar de se ter comido bem, pagou-se demais para o que se comeu. Mas a fome era negra… E era mesmo dos mais baratos. Conta: 53 euros! Ladrões! Acabou-se a noite no bar gay "Bloco de Esquerda – fumar charros é de intelectual” lá do sítio, onde espectacularmente foi também possível beber um "vaso" de Havana 7. Não ao mesmo preço que em Ciudad Rodrigo.

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